quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

A guirlanda.

Hey!
Estou levemente atrasada, mas não esqueci do poema da semana, então tá aqui. É um conto sobre guirlanda.
                       .              .             .
Eu odeio o natal, isso mesmo que você ouviu, odeio. E vou te explicar o porquê, eu odeio todo aquele clima de alegria forçada, todo aquele capitalismo que parece preencher até mesmo o ar, toda aquela falsa simpatia, toda aquela fartura enquanto tem tanta gente morrendo por um pedaço de pão, odeio os fingimentos, odeio fingir ser o filho perfeito dos pais perfeitos na porra de uma família perfeita, odeio as mentiras, odeio a hipocrisia, odeio tudo isso.
Meu pai traí minha mãe o ano todo, mas no natal, ele se exibe para meus tios e tias como se tivesse um casamento perfeito. Minha mãe passa o ano todo falando mal das minhas tias chamando-as de "vadias plastificadas", mas no natal se tornam melhores amigas, exibindo sorrisos falsos. Meus pais nunca sequer pisam numa igreja, mas no natal se tornam cristãos fervorosos. O ano todo eles não se importam com nada além de seus umbigos, mas no natal fazem boas ações e pagam de pessoas bondosas. Mas o que eu mais odeio, sem sombra de dúvidas, são as malditas guirlandas.
Tinha apenas cinco anos, quando meu pai encheu a cara e brigou com minha mãe, mas não era uma briga qualquer, eles gritavam e eu tampava os ouvidos para tentar não ouvir aquelas coisas horríveis, até que ela o chamou de porco hipócrita, disse que sabia de todas as suas traições, então ele levantou a mão e lhe deu um tapa, corri para meu quarto e fiquei observando aquela estúpida guirlanda na porta, enquanto meu pai batia em minha mãe sem que eu pudesse impedí-lo.
O episódio nunca mais se repetiu, mas as guirlandas continuam lá para me lembrar dele. Eu odeio o natal.

    Vamos ser migas?
🌙Snapchat: madmaidd
🌙Twitter: @amazingqueen_


                     xoxo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário